A História do Homem-Aranha nos quadrinhos (Parte 01)

Publicado: 01/10/2011 por Márcio Alexsandro Pacheco em Artigos, Quadrinhos (Comics)
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Você fã do Homem-Aranha ou que simplesmente simpatiza com o aracnídeo ou gosta de quadrinhos, aqui está uma super matéria recheada de informações, curiosidades e os bastidores da vida do herói nos quadrinhos, desde a sua criação até os dias de hoje (essa é a primeira parte). Como o quarto filme da franquia está chegando e ela mostrará justamente essa fase do início de carreira do Aranha, esse texto vai ser como uma boa fonte de informações para comparação ao filme (estamos todos aguardando ansiosos pela Gwen Stacy!). O texto foi feito pelo Irapuan Peixoto, do blog HqRock (há outras matérias de quadrinhos bem interessantes no blog).

O Homem-Aranha está sempre em evidência: suas histórias estão sempre entre as de maior sucesso; sua trilogia no cinema está inteira no Top 10 das maiores bilheterias de filmes de super-heróis, ocupando a segunda, terceira e quarta posições; e uma nova série de filmes irá começar, estreando em 2012. Nos quadrinhos, sua casa original, o “amigão da vizinhança” também sempre foi sucesso e evidência e sua trajetória nesta mídia serve de parâmetro para toda a indústria dos comics. O HQRock traz uma série de posts que irão contar essa história, do ponto de vista editorial e cronológico.

Criação Polêmica

Em meio às dezenas de novos personagens, heróis e vilões saídos da mente de Stan Lee e ocupando as revistas Fantastic Four, Hulk, Thor, Tales of Suspense, Tales to Astonish, Strange Tales, Amazing Adult Fantasy e várias outras publicadas pela Marvel Comics em 1962, o Homem-Aranha foi um grande destaque.

A ideia original para a criação partiu de Lee. Ele concebeu um novo personagem que fosse diferente dos demais: mais humanizado, uma pessoa normal, com problemas comuns como falta de dinheiro, problemas familiares, só que em meio a tudo isso, tivesse superpoderes e combatesse o crime. E também não fosse um cara popular, mas perseguido no colégio, sem sorte com as mulheres, não fosse extremamente bonito nem musculoso. Por fim, o fato de ser um adolescente também era um novidade, afinal, os heróis eram sem exceção pessoas adultas. Os adolescentes eram apenas sidekicks ou “parceiros mirins“, como aqueles da concorrente DC Comics (Robin, Kid Flash, Moça-Maravilha etc.). Pronto, o maior filão do personagem estava estabelecido. Depois, decidiu que o personagem deviase chamar Spider-Man e tivesse os poderes relativos a uma aranha: escalava paredes, poderia levantar dezenas de vezes o próprio peso e teria grande agilidade.

Mas desde o início, o personagem enfrentou problemas para ser lançado. O dono da Marvel, Martin Goldman, não gostou da nova ideia, pois as aranhas são animais terríveis que as pessoas detestam e isso iria influenciar o gosto delas pela personagem. Porém, Lee conseguiu uma chance (afinal tinha emplacado várias revistas de boa vendagem): poderia lançar essa nova criação em uma revista que estava com a data de cancelamento marcada: Amazing Fantasy, que publicava histórias de fantasia e estava com baixas vendas.

Para desenhar e desenvolver o seu novo personagem, Lee contatou o companheiro Jack Kriby, seu parceiro na criação de Quarteto Fantástico, Thor e Hulk, e Kirby começou a desenhar a história, um conto previsto para ter apenas oito páginas.

Existe muita controvérsia sobre quem fez o que no momento da criação. O certo é que ao examinar as primeiras páginas desenhadas por Kirby, Lee não gostou do que viu: o Homem-Aranha estava musculoso demais e a história escrita pelo desenhista fugia do propósito original. Alguns dizem que tratava-se de uma ficção científica nos moldes do Lanterna Verde da DC. Por sua vez, Kirby se baseou em outros dois personagens que havia criado anos antes, chamados The Silver Spider e The Fly, de onde retirou características como os poderes relacionados a insetos e até a história de um órfão criado por um casal de tios idosos.

Lee queria modificar o material, todavia, naquela altura, Kirby não podia mais voltar atrás, afinal, já desenhava outros títulos e não tinha mais tempo para desenhar a história antes da última edição de Amazing Fantasy. Então, Lee repassou o trabalho para outro desenhista: Steve Ditko.

Os fãs disputam quem criou o uniforme do Homem-Aranha, se Ditko ou Kirby. O primeiro afirmou que o uniforme criado por Kirby era uma malha tradicional de super-herói, inclusive com botas de bucaneiro (uma de suas marcas) e capa, além de usar uma pistola. Ditko disse que criou o uniforme expressivo do personagem, mas a dúvida permanece, já que a capa da primeira revista com a aparição do Homem-Aranha foi feita por Kirby, com o herói segurando um bandido nos braços enquanto se balança em sua teia. Além disso, nas poucas vezes em que desenhou o aracnídeo, Kirby fazia o uniforme com algumas distinções: no traço original de Ditko as teias desenhadas no peito deixavam um quadrado em aberto dentro do qual se localizava o símbolo da aranha negra, enquanto na versão de Kirby a aranha está por cima das teias como se desenha até hoje; os olhos da máscara do herói também eram ligeiramente diferentes.

De qualquer forma, o Homem-Aranha teve a sua primeira história publicada na revista Amazing Fantasy 15, de agosto de 1962, a última edição dessa revista. Ironicamente, essa foi a revista da Marvel que mais vendeu naquele ano. E a criação do personagem é creditada tradicionalmente a Lee e Ditko apenas.

Um herói diferente

Lee e Ditko criaram Peter Parker como um nerd que sofre bullying na escola. Flash Thompson e Liz Allen à esquerda. A morena é Sally.

Naquela primeira história, o jovem estudante colegial Peter Parker é picado por uma aranha que, acidentalmente, foi bombardeada por radioatividade, durante uma exposição de ciências. Com o passar do tempo, o jovem passa a desenvolver as habilidades de uma aranha verdadeira: possui superforça, dá enormes saltos e pode escalar as paredes, além de ter um sexto sentido que lhe alerta dos perigos.

Empolgado com as novas habilidades, cria a identidade de Homem-Aranha e passa a se apresentar em programas de TV como uma sensação. O sucesso é imediato. Num dia, porém, ele deixa escapar da emissora um ladrão que a assaltou, por dizer que o problema não era dele.

Pouco depois, seu tio Ben Parker, que o criou como se fosse um filho (Peter é órfão), é assassinado pelo mesmo ladrão que ele havia deixado fugir. Daí, ele se lembra da máxima do tio: “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Então, passa a se dedicar ao combate ao crime, enquanto cuida de manter sua identidade secreta, para poupar a sua Tia May, viúva de Ben, que é toda a família que lhe resta. Além disso, ela é doente do coração e qualquer choque lhe pode ser fatal. A história curta de oito páginas em que isso ocorre tornou-se um grande sucesso.

Amazing Fantasy tem data de capa de agosto de 1962, então, demorou alguns meses para Stan Lee perceber o sucesso que ela havia sido. Quando chegaram os relatórios de vendas, ficou evidente que era necessário criar mais histórias do jovem aracnídeo. E Lee decidiu fazer isso em grande estilo: criando uma revista própria para ele. Mas a Marvel era uma editora pequena e não tinha uma distribuidora própria, tendo, portanto, um limite de alguns títulos mensais. Por isso, a revista The Incredible Hulk foi cancelada em seu sexto número para dar lugar à casa do escalador de paredes. Com isso, The Amazing Spider-Man 01, chegava às bancas com data de capa de março de 1963, sete meses após sua estreia.

Para não ter uma surpresa desagradável, Lee não arriscou e, na capa da nova revista, colocou o Quarteto Fantástico fazendo uma participação especial, para que os leitores deles se interessassem também pela nova e as vendas aumentassem.

Ditko criou o visual de quase todos os vilões clássicos do Homem-Aranha.

A Fase de Lee e Ditko

A primeira fase do Homem-Aranha foi dedicada a criar seu universo ficcional e um dos períodos mais profícuos do personagem, cheio de momentos clássicos. A influência desse trabalho em outros artistas (contemporâneos e futuros) também foi enorme. A dupla Stan Lee e Steve Ditko escreveu as primeiras 38 edições da revista Amazing Spider-Man, publicadas entre março de 1963 e maio de 1966, mais duas edições anuais (em 1965 e 1966, respectivamente).

Boa parte dessas histórias apresentou as primeiras aparições dos grandes vilões do Homem-Aranha: Camaleão, Consertador, Abutre, Dr. Octopus, Lagarto, Electro (numa aventura que traz de brinde um confronto entre o Aranha e o Tocha Humana), Mysterio, Duende Verde, Kraven e Homem-Areia, sem contar os confrontos com vilões da Marvel que já existiam, como Dr. Destino (o arquiinimigo do Quarteto Fantástico, que fez outra participação especial), Cabeça de Ovo e o Circo do Crime (este em uma aventura conjunta com o recém-criado Demolidor). Tudo isso somente nas 18 primeiras edições de Amazing. Depois, outros vilões clássicos continuariam a surgir, como Escorpião, Magma, Smithy e os Esmaga-Aranha etc.

O Abutre era outro vilão bastante recorrente.

Outros personagens incluídos nessa época foram: o eterno antagonista J. Jonah Jameson, editor-chefe do Clarim Diário, que destila veneno contra o balançador de teias em seus editoriais; Betty Brant, a primeira namorada de Peter Parker, mais velha, era a secretária de J.J.J.; Flash Thompson, o galã do colégio Middletown onde Peter estuda e é o cara que inferniza a sua vida, ao mesmo tempo em que é o maior fã do herói aracnídeo; e Lizz Allen, a musa do colegial, namorada de Thompson e que depois se interessaria por Parker.

Vale lembrar que Peter passa a fotografar a si mesmo (ou seja, o Aranha) para ganhar dinheiro e ajudar sua Tia May e sempre acaba vendendo as fotos para Jameson, no Clarim. É no Clarim onde ele também encontra seu rival pelo amor de Betty: o repórter especial enviado à Europa Ned Leeds.

Entre 1964 e 1966, o Duende Verde se notabiliza como o principal inimigo do Aranha, sendo o “campeão” absoluto de aparições: cinco confrontos nos 40 primeiros números – sendo que vários deles se estenderam por duas edições seguidas. Parte do apelo do personagem era que, ao contrário de todos os outros vilões, que tinham suas histórias detalhadas, ninguém sabia nada sobre o Duende Verde: sua identidade era secreta. Lee e Ditko viviam provocando os leitores com cenas em que o criminoso tirava a máscara nas sombras e não se podia ver seu rosto. Além disso, o constante envolvimento do Duende com o crime organizado – seu objetivo era controlar as quadrilhas de Nova York – alimentavam o gosto por histórias policiais e de mistério de Ditko, possibilitando que as aparições do vilão, não raro, eram algumas daquelas que tinham as melhores tramas.

O Sexteto Sinistro surge em “Amazing Spider-Man Annual 01”, de 1964.

Curiosamente, apesar de sua popularidade, o Duende Verde não fez parte do Sexteto Sinistro, grupo que reuniu os “principais vilões” do Aranha: Dr. Octopus, Homem-Areia, Abutre, Mysterio, Kraven e Electro; reunidos pelo primeiro para derrotar o Aranha de uma vez por todas. Na história publicada em Amazing Spider-Man Annual #01, em 1965, o aracnídeo luta com cada um separadamente e vence todos.

O Dr. Octopus era o “segundo” pior vilão e é protagonista daquela que é considerada uma das mais clássicas histórias do Homem-Aranha. Em Amazing 33, o vilão rouba um isótopo radioativo que é a única cura para uma rara doença que acomete a Tia May; obrigando o Homem-Aranha a persegui-lo loucamente. No fim das contas, o herói termina soterrado sob toneladas de metal e água, mas reúne todas as suas forças para erguê-las e tentar salvar sua tia. A dramacidade dos diálogos de Lee e dos desenhos de Ditko criaram um grande momento. Conta a lenda que, quando Lee viu os desenhos de Ditko pela primeira vez, teria lhe dito: “você acaba de criar a mais famosa sequência de quadrinhos da história”.

A capa de “Amazing Spider-Man 33” e a primeira parte da sequência…

… que muitos consideram o melhor momento de Ditko na revista.

Harry Osborn e Gwen Stacy unem-se a Flash Thompson: mudanças no elenco por Steve Ditko e Stan Lee.

Não muito depois disso, essa primeira fase se encerrou por dois fatos marcantes: um cronológico e outro editorial. No campo cronológico, Peter Parker encerra o colegial e adentra na (fictícia) Universidade Empire State, juntamente com seu “rival” Flash Thompson, deixando personagens como Liz Allen de lado em favor dos novos colegas Harry Osborn e Gwen Stacy.

Além disso, Lee apresenta um Parker ligeiramente mais maduro, mais autoconfiante, o que se reflete na sua relação com as mulheres. Primeiramente, houve uma cômica rivalidade entre Betty Brant (a mulher mais velha, responsável, independente) e Liz Allen (a musa do colegial). Embora Peter Parker estivesse namorando firme Betty, sempre sofria “investidas” da segunda, o que lhe colocava em apuros no seu namoro.

Depois, a situação ainda ficaria mais complicada. Com o fim do colegial e a entrada na faculdade, Lizz Allen sumiu do mapa, mas Parker se viu envolvido com outras garotas. Mas aí já é outra fase…

O Duende Verde combate o Mestre do Crime na arte de Steve Ditko: disputas pela identidade do vilão.

O motivo editorial que encerra essa primeira fase é o confronto “final” entre o Homem-Aranha e o Duende Verde.

Ao iniciar o ano de 1966, as discordâncias entre Lee e Ditko começaram a aumentar. Além disso, a editora Charlton fez a Ditko uma oferta irrecusável, de criar seus próprios personagens e desenvolvê-los. Ele aceitou a proposta e ainda naquele ano estreou as novas versões do Besouro Azul e do Capitão Átomo (heróis criados nos anos 1940) e um herói novo: o Questão. Apesar do sucesso inicial, depois houve uma queda nas vendas. A Charlton, por sua vez, seria comprada pela DC Comics nos anos 1970 e seus personagens (Besouro Azul, Capitão Átomo, Starman, Questão etc.) incorporados ao seu universo. O Besouro Azul, por exemplo, entre as décadas de 1980 e 90 ficaria mais ou menos conhecido por atuar na Liga da Justiça, durante várias fases seguidas. Além disso, os personagens da Charlton inspiraram a obra Watchmen de Alan Moore, de modo que o Coruja é o Besouro Azul, Dr. Manhattan é o Capitão Átomo e Rorschach é o Questão.

Voltando aos anos 1960, Lee e Ditko há tempos discutiam quem seria o Duende Verde. Isso mesmo: os próprios autores não tinham definido a identidade do vilão, jogando para o leitor inúmeros suspeitos, o principal deles era Fred Foswel, que já havia agido como o Chefão do Crime ou Maioral (de acordo com a tradução do original The Big One) e que, supostamente, havia se regenerado e trabalhava como repórter policial no Clarim Diário. Outro suspeito, pelo menos na cabeça da dupla produtora, era o também repórter do Clarim Ned Leeds, “rival” de Peter pela mão de Betty Brant. A identidade do Duende Verde é apontada pelos historiadores como o principal ponto da ruptura entre Lee e Ditko. Alguns afirmam que o desenhista preferia Leeds, enquanto outros dizem que o artista defendia que o vilão fosse uma pessoa desconhecida, pois assim era o “mundo real”. (De qualquer modo, essa estratégia foi usada anteriormente com o Mestre do Crime, um mascarado rival do Duende Verde, que ao ter sua máscara retirada é um total desconhecido do público e dos outros personagens).

Norman Osborn e seu filho Harry por Steve Ditko.

Como Ditko nunca teceu comentários precisos sobre o tema, já que tem uma vida totalmente reclusa, e Lee em suas abundantes entrevistas só trata do tema de forma evasiva, não se sabe ao certo o que ocorreu.

O fato é que Amazing Spider-Man 38, de 1966, é a última edição assinada pela dupla. Nela, enquanto o Homem-Aranha confronta um novo vilão, o Destruidor, vemos o empresário Norman Osborn, pai de Harry Osborn, colega de Peter na universidade, contratando um grupo de criminosos para “pegar” o Homem-Aranha.

Embora, Harry já tivesse aparecido vários meses antes, Norman surgira na edição anterior, a de n.º 37, quando o Aranha tem que salvá-lo das mãos do Dr. Mendell Stromm, o Mestre dos Robôs, um ex-sócio de Osborn. Este havia “passado a perna” em Stromm para ficar com a empresa para si, levando-o à prisão por sonegação fiscal. Agora, Stroll estava livre e disposto a se vingar. Mas, no fim da história, enquanto o escalador de paredes confronta Stromm, misteriosamente, alguém dispara uma arma e mata o vilão. Na edição seguinte, a 38, fica subtendido que Osborn fez isso.

Ditko, então, encerra sua passagem no Homem-Aranha, embora Stan Lee ainda tenha continuado a escrever as histórias por muitos anos. Ditko, além da rápida (mas marcante) passagem na Charlton, iria para a DC Comics, em 1968, onde criaria novos heróis, como o Rastejante e a dupla Rapina e Columba e só regressaria à Marvel no fim dos anos 1970.

Enquanto isso, o destino reservava ainda mais glória ao personagem de Norman Osborn.

A chegada de John Romita

A icônica primeira capa de John Romita: o Duende Verde descobre a identidade do Homem-Aranha em “Amazing Spider-Man 39”, de 1966.

A edição Amazing Spider-Man 39 chegou às bancas em agosto de 1966 e trouxe um grande estardalhaço por dois motivos: em primeiro lugar, uma icônica capa em que o Duende Verde aparece em seu jato carregando um Peter Parker amarrado, com as roupas civis rasgadas revelando seu uniforme; em segundo, pela mudança do desenhista da revista e o crédito ocupado por John Romita, uma futura lenda, mas no momento, um mero desconhecido.

A trama da revista era tão bombástica como a capa: o Duende Verde contrata uma série de bandidos para emboscar o Homem-Aranha, jogando uma bomba nele; o explosivo gera fumaça e nenhum efeito; bandidos presos, o herói sai e vai a um beco trocar de roupas; o leitor fica sabendo que o composto neutralizou o famoso “sentido de aranha” que alerta Peter Parker quando há um perigo eminente, e por isso, do alto de seu jato, o bandido acompanha o herói tirar a máscara e entrar no prédio do Clarim Diário; por meio de microfones de alta precisão, descobre que o nome do garoto é Peter Parker; pronto, temos o primeiro entre todos os vilões a descobrir a identidade secreta do Homem-Aranha.

Peter Parker e Norman Osborn frente a frente pela primeira vez. Arte de John Romita.

E não termina aí. O Duende o segue até sua casa e, chegando lá, se revela e o derrota facilmente. Levando-o a um esconderijo e prestes a matá-lo o Duende é contaminado por um sentimento de autoconfiança exagerada e termina revelando a sua própria identidade: Norman Osborn. O problema é que Parker o conhece: ele é o pai de seu colega de faculdade, Harry Osborn. Uma tragédia se anuncia e a edição termina.

No número seguinte, conhecemos a origem de Osborn, como ele descobriu uma fórmula de Stromm e, ao tentar produzi-la, explodiu em seu rosto, tornando-o mais inteligente, mais forte e mais louco. Um selvagen confronto entre os dois se estabelece e Osborn termina eletricultado, de maneira que sofre de amnésia e esquece que foi o Duende Verde.

As duas edições compõem não somente a estreia da nova dupla, Stan Lee e John Romita, como é um dos marcos mais importantes da cronologia do Homem-Aranha. Mas nem tudo eram flores.

Os leitores da Marvel reagiram furiosamente à saída de Ditko e demorou algum tempo para Romita ser aceito, embora seu traço clássico, charmoso e bonito já destacasse desde o início.

Descendente de italianos, John Romita tinha 36 anos quando assumiu a revista do Homem-Aranha. Apesar de jovem, já era um experiente desenhista no mercado de quadrinhos. Iniciou a carreira nos anos 1950, fazendo cartuns de publicidade e a estreia nas HQ se deu em 1953, quando desenhou o retorno mal-sucedido do Capitão América, numa série de histórias escritas por Stan Lee. Romita, no entanto, continuou trabalhando para várias editoras, particularmente em romances adolescentes. (Veja um velho post do HQRock sobre a carreira do artista). Em fins de 1964, voltou aos super-heróis, tornando-se o desenhista da revista do Demolidor. O trabalho gráfico de Romita agradava imensamente Stan Lee, o que lhe colocou como escolha única para substituir Ditko, quando este se desligou da Marvel. Porém, o traço de Romita era totalmente diferente do de Ditko, o que lhe causou problemas, no início, com os fãs da revista. Entretanto, a arte dinâmica e precisa, junto com o carisma que impregnava aos personagens logo o tornaria o maior de todos os desenhistas pelos quais o Homem-Aranha foi desenhado.

A longa fase em que Romita desenhou o Aranha coincidiu com o período em que a revista Amazing Spider-Man se tornou o maior sucesso de vendas da Marvel, destronando a – até então imbatível – Fantastic Four.

Ampliando o universo do Aranha

A sequência em que Peter Parker…

… encontra Mary Jane Watson pela primeira vez. A arte de Romita valoriza os traços femininos.

Nesta fase, Parker estava na faculdade e, inicialmente, ficava dividido entre três mulheres (um exagero para época!): a antiga namorada Betty Brant, a colega de faculdade Gwen Stacy e (a sobrinha da amiga de sua tia) Mary Jane Watson. Esta personagem já havia sido “sugerida” diversas vezes ao longo do tempo, quando a Tia May e sua vizinha, Anna Watson, tentavam arranjar um encontro entre os dois sobrinhos. Mas apesar da “presença física”, nunca se mostrava o rosto da garota, como maneira de manter o mistério. Parker, por algum motivo, pensava que ela era muito feia. Mas em um momento histórico, em Amazing Spider-Man 41, John Romita finalmente revelou sua aparência, como uma belíssima garota ruiva, a “mulher mais bela” que Peter já havia visto na época.

Romita também deu outro tipo de beleza a Gwen Stacy, que se tornou a nova namorada de Peter Parker.

Com essa introdução, a dinâmica interna das histórias do Homem-Aranha mudaram bastante. As desventuras de Peter Parker se tornaram tão interessantes quanto as do Homem-Aranha. Ajudado pelo belo traço de Romita, a convivência do rapaz com duas jovens meninas, Gwen Stacy e Mary Jane Watson, e a maneira como elas se provocavam e disputavam a atenção do rapaz eram hilariantes e mais próxima dos “novos tempos” dos anos 1960. Sob o traço de Romita, os personagens interagiam muito mais com a sua época: a política, os movimentos estudantis, o novo comportamento da juventude e até as drogas passaram pelas páginas da revista.

Para simbolizar a recém-adquirida independência da juventude em âmbito global, Peter Parker finalmente deixava de morar sob o teto de sua Tia May, em Forrest Hills, no subúrbio de Queens, para ir dividir um apartamento com Harry Osborn em Manhattan, mais próximo da principal área de atuação do Homem-Aranha. Outro elemento desse mesmo aspecto estava quanto ao comportamento das personagens femininas. Mary Jane era o protótipo na “nova garota”: liberal e extrovertida. Foi com ela que Parker inicialmente se envolveu, mas os seus “sumiços” terminaram por impossibilitar um romance. Com o tempo, Peter se ligaria à doce Gwen Stacy, enquanto Mary Jane ficaria com Harry, numa legítima “troca de casais”! Já Gwen, apesar de mais meiga e contida do que Mary Jane, também mostrava possuir atitude, lutando pelo coração de Peter até conseguir namorá-lo.

O “trio maravilha”, MJ, Peter e Gwen: anos 1960 na pauta.

Falaremos das drogas mais tarde, mas a política também se tornou uma constante nas histórias, particularmente, nas cenas envolvendo o campus universitário. Os direitos civis também invadiram este universo, e Lee e Romita criaram um “núcleo afrodescedente” pela primeira vez em uma revista de primeira linha. Incluíram o personagem Joe “Robie” Robertson como Editor de Cidades do Clarim Diário, como uma voz bondosa e íntegra para contrabalançear a figura irrascível (e cômica) de J. Jonah Jameson. O filho dele, Randy Robertson, também aparece, como um colega de universidade de Peter, Gwen, Harry e MJ. E Flash Thompson, personagem que acompanha a revista desde o início, torna-se um soldado que vai lutar no Vietnã.

O Rei do Crime surge como o novo opositor do Aranha. Capa (sem cores) de “Amazing Spider-Man 69”.

Enquanto isso, isso o Aranha continuava se envolvendo com os seus velhos inimigos e muitos outros novos surgiam. O principal deles foi o Rei do Crime (surgido em Amazing Spider-Man 50), que tornaria-se o maior gangster de Nova York. A dupla Lee e Romita escreveu várias histórias tendo o novo vilão como principal opositor do Aranha que são ótimos contos policiais, mostrando como Wilson Fisk ampliava sua rede de poder, colecionava inimigos e, por fim, se tornava o chefe-supremo do crime organizado. Escreveram uma espécie de trilogia sobre o maior de todos os gangsters, mostrando sua ascensão e queda.

No primeiro capítulo, a ascensão do criminoso; no segundo, mostraram uma saga na qual o Rei do Crime e o Cabelo de Prata (um envelhecido chefe criminoso) disputam uma tabula ancestral que teria uma fórmula da juventude inscrita, numa série de histórias nas quais John Buscema e Jim Mooney ajudaram Lee e Romita nos desenhos e textos. Na terceira parte, mostraram a ascensão de um chefe criminoso chamado Planejador que tinha como missão destruir o reinado de Wilson Fisk. No final da trama, o Rei acaba descobrindo que o tal chefe é na verdade o seu próprio filho, Richard Fisk, que – estudando na Europa – descobriu que o pai era um criminoso e decidiu acabar com ele. A descoberta leva o Rei a um estado catatônico e ao seu desaparecimento por muitos anos.

Outro exemplo da arte icônica de John Romita: capa de “Amazing Spider-Man 75”, com a volta do Lagarto.

Lee e Romita processaram uma das melhores fases do Homem-Aranha, emendando histórias cheias de ação com tramas envolventes. Além do Rei do Crime, outros vilões apareceram: Rino, Shocker, Cabelo de Prata, Gatuno, o segundo Abutre e o Canguru. Os inimigos do passado também retornavam, havendo confrontos com o Dr. Octopus, Lagarto, Duende Verde e Electro. Merece destaque a trama em que a Tia May conhece o Dr. Octopus e pensa que ele é um sujeito descente, chegando quase a ter uma relação amorosa.

Em 1968, Stan Lee tentou dar ao Homem-Aranha uma segunda revista, chamada The Spectacular Spider-Man, com um direcionamento mais adulto, com mais páginas, capas pintadas a óleo e o miolo em preto e branco, no formato magazine. O próprio Romita as desenhou, mas a empreitada não surtiu os efeitos de venda esperados. Para a edição n.º 02, então, Lee mandou colorir a história, mas as vendas não foram o esperado. Este número dois, inclusive, trazia um dos melhores confrontos entre o Homem-Aranha e o Duende Verde: Norman Osborn fica sabendo por seu filho que Peter é bom em ciências e lhe oferece um emprego, mas termina relembrando que é o Duende Verde e a tensão entre eles aumenta em um jantar no qual estão Harry, Gwen e Mary Jane. A história foi tão boa que ganhou, depois, uma republicação dentro de ASM para que um maior número de leitores a conhecesse.

Capa pintada de “Spectacular Spider-Man 02”: história excelente, vendas nem tanto. Mesmo assim, talvez o melhor confronto entre o Aranha e o Duende.

Tramas mais adultas

Aproximava-se o fim dos anos 1960 e a “inocência” dos tempos idos se esvaía. Com isso, as tramas de Lee e Romita começavam a se tornar mais “duras” e os fãs iriam enfrentar uma fase de grandes choques narrativos.

Primeiramente, em Amazing Spider-Man 90, em 1970, veio a morte do capitão de polícia George Stacy, pai de Gwen. Durante uma luta do Aranha contra o Dr. Octopus, o capitão Stacy salva uma criança do desabamento de um prédio, mas é soterrado. A imprensa e a opinião pública (Gwen, inclusa) passam a culpar o aracnídeo pelo ocorrido, a polícia – que já não gostava dele – tem mais um motivo para persegui-lo, mas não chega a ser aberto um processo, embora ele seja oficialmente intimado a depor.

Luta com o Dr. Octopus na estreia de Gil Kane como desenhista do herói.

Na sequência de histórias da morte de Stacy, John Romita cedeu, temporariamente, os desenhos para Gil Kane. Este era um artista veterano que fizera sucesso na DC ao ser um dos criadores da nova versão do Lanterna Verde (junto ao escritor John Broome). Kane ilustrou a revista Green Lantern de 1957 a 1969, quando se mudou para a Marvel, onde trabalhou com Hulk, Capitão Marvel e Homem-Aranha. Na verdade, John Romita estava organizando sua saída do título aracnídeo e Stan Lee decidiu alternar os desenhos dos dois criadores para criar uma substituição menos traumática do que a de Ditko.

Harry Osborn sofre em uma viagem de drogas em um painel “viajante” de Gil Kane. Abalando os quadrinhos.

Enquanto isso, nas tramas, a morte de George Stacy provocou um abalo forte no romance com Gwen, que passa a cobrar mais a presença de Peter, ao mesmo tempo em que vai desenvolvendo um ódio mortal pelo Aranha. Por fim, ela acaba abandonando Peter e indo morar com seus tios em Londres. Mary Jane passa a se aproveitar da ausência dela para, descaradamente, “dar em cima” de Peter, o que perturba seu namorado Harry, que termina se envolvendo com drogas.

Capa de “Amazing Spider-Man 98”, sem o Código de Conduta dos Quadrinhos.

A Amazing Spider-Man 97, de 1971, foi um dos momentos mais marcantes na história dos quadrinhos norteamericanos, porque rompeu com o Código de Ética que regulamentava o mercado e só autorizava a publicação de edições que continham sua aprovação, o Comics Code Authority (CCA). Como a revista trazia personagens se drogando (inclusive, um dos protagonistas – Harry Osborn), não recebeu o selo de aprovação, não importando que a história trouxesse uma mensagens contra as drogas. Apoiado pelo diretor Martin Goldman, Stan Lee levou a idéia à frente e essa foi a primeira edição de super-heróis americanos a ser publicada sem a aprovação do selo desde que este fora criado, nos anos 1950.

Na trama em três partes, Norman Osborn se lembra que é o Duende Verde e ataca o Homem-Aranha, que devolve Osborn à sua condição “normal” mostrando o estado doente em que Harry se encontra. Enquanto o primeiro capítulo foi desenhado por John Romita, os dois últimos foram as primeiras edições em que Gil Kane atuou como o novo desenhista oficial do Homem-Aranha. Embora seus personagens fossem menos “carismáticos” do que os de seu predecessor, Kane tinha uma grande habilidade de trazer novos ângulos para seus enquadramentos, o que era um prato cheio para mostrar o escalador de paredes em ação. O olhar dos personagens de Kane também são muito expressivos e ele sabia explorar isso. Mas Stan Lee notou que alguns fãs estranharam o traço um pouco mais “exótico” de Kane, de modo que, alguns meses depois, Romita passaria a fazer a arte-final das histórias, por vezes mudando algumas coisas para criar um ambiente mais familiar ao leitor.

Peter Parker sofre por Gwen tê-lo deixado. Os fãs estranharam a arte exuberante de Gil Kane.

O motivo da saída de Romita do título era que ele passara a ocupar o cargo de Diretor de Arte da Marvel, enquanto Stan Lee continuava como Editor-Chefe. No entanto, nessa altura do campeonato, em 1971, a Marvel já não era mais uma editora pequena, e sim, a líder absoluta do mercado de quadrinhos nos EUA. Assim, a dupla Lee e Romita estava cada vez mais ocupada e sem tempo para produzir as histórias do “amigão da vizinhança”, pois o primeiro cuidava de toda a parte criativa da casa, sendo o editor-Chefe, enquanto Romita tinha que supervisar arte de todos os desenhistas, além de ele próprio desenhar as capas de várias revistas e produzir a arte interna de outras, como do Hulk, do Capitão América e dos Vingadores, ocasionalmente.

Lee, por sinal, já havia abandonado praticamente todas as revistas em que estava envolvido. Seu desligamento começou em 1965, quando deixou as revistas Avengers e X-Men a cargo de seu sucessor, Roy Thomas. Gradativamente, foi deixando as histórias do Homem-de-Ferro, Demolidor, Hulk, Capitão América. Em 1970, Lee deixou o Quarteto Fantástico e, em 1971, o Homem-Aranha era a única revista que ainda escrevia. Mas a Marvel estava decidida a transformá-lo em Publisher da editora (o mais alto cargo) e Lee teve que preparar sua saída. Sem um plano bem definido, ele trouxe seu “sucessor oficial”, Roy Thomas para um curta temporada à frente de Amazing Spider-Man.

A capa de “Amazing Spider-Man 101”: Morbius e o Aranha de seis braços.

Thomas era fã de histórias de terror e criou um arco de histórias bizarro (mas de boa qualidade), publicado entre Amazing Spider-Man 101 a 105, na qual Peter Parker pensa em se casar com Gwen Stacy e decide criar uma fórmula que elimine os seus poderes. Numa “referência” ao caso do Lagarto, o experimento termina dotando Peter de mais quatro braços, ficando como um aracnídeo com oito patas. Em seguida, ele encontra um vampiro-humano chamado Morbius e vai atrás do Dr. Curt Connors para curá-lo, mas este se transforma de novo no Lagarto. Enfim curado, Peter embarca para a Terra Selvagem e tem um confronto com Kraven em meio a dinossauros e a Kazar. No fim da história, uma homenagem a King Kong (que há época era apenas o livro ou o filme de 1933), quando um monstro enorme se apaixona pela “mocinha” e termina morrendo.

Uma curiosidade: a saga que se inicia em Amazing Spider-Man 100 (edição comemorativa, marca a saída de Stan Lee e entrada de Roy Thomas) é outro desafio ao Código, porque este proibia o uso de criatura místicas como os Vampiros, porque se pensava que os quadrinhos de horror eram prejudiciais às crianças e jovens. Assim, Thomas e Kane introduzem Morbius, que é um vampiro, mas não no sentido literal da palavra: seus poderes provem da combinação de uma doença rara com um experimento científico malsucedido, ou seja, não há nada de místico e por isso poderia ser publicado. Outro drible no CCA.

Nesse meio tempo, Stan Lee é realmente promovido a Publisher e o cargo de Editor-Chefe vai ser ocupado por Roy Thomas. Este escrevia várias revista e precisa diminuir seu volume de trabalho para se dedicar à nova atividade, de modo que, enquanto treina um substituto, Stan Lee volta a escrever o Homem-Aranha por mais algumas edições. Enquanto Kane vai desenhar o Capitão América, Romita volta ao posto de desenhista, de modo que a dupla Lee e Romita tem o seu último (e fantástico) momento, marcado por histórias interessantes e a arte fantástica do artista em seu auge.

Capa de “Amazing Spider-Man 108”: Stan Lee e John Romita de volta, contando histórias sobre a Guerra do Vietnã.

Entre as últimas histórias da dupla Lee e Romita estava o arco da volta de Flash Thompson do Vietnã, perseguido por uma seita a qual teria ofendido sem querer durante a guerra e marcando a estréia da personagem vietnamita Sha Shan, que seria sua namorada a partir de então. Publicado em Amazing Spider-Man 108 e 109, esse empolgante drama sempre foi apontado por Romita como a sua história favorita dentre todas que trabalhou.

A partir de Amazing Spider-Man 111, os roteiros passaram às mãos de Gerry Conway, um jovem de 19 anos, fã de quadrinhos, que tornou-se o escritor de algumas das revistas de maior sucesso dos Estados Unidos. Este era o assistente a quem Stan Lee vinha treinando já há um ano para substituí-lo e o faria não apenas no Homem-Aranha, mas em outras revistas, como no Quarteto Fantástico.

Encerrava-se, assim, em 1972, a Era Stan Lee, na qual o escritor comandou diretamente não apenas o Homem-Aranha, mas todo o Universo Marvel. Na verdade, embora Lee como Publisher tenha continuado muito envolvido nas aventuras do “cabeça de teia”, o comando criativo caiu nas mãos de uma nova geração, liderada pelo novo Editor-Chefe Roy Thomas e seu colega escritor Gerry Conway.

Leia aqui a segunda parte da matéria.

comentários
  1. […] A História do Homem-Aranha nos quadrinhos (Parte 01) […]

  2. helinux disse:

    é uma verdadeira história mesmo!!!!!!!tem muita coisa das hqs que eu sinceramente não sei….ou era dificil de acompanhar a saga do arcanideo!!!!!meus herosi preferidos da marvel sempre foram homen-aranha, demolidor e elektra!!!!!são heróis típicos da cidade grande!!!!!isso tudo que eu li serve mesmo como conhecimentos gerais mesmo!!!!a verdade que nada sei e que não sei de nada!!!!!!então ainda e talvez sempre estarei aprendendo algo do spider!!!!!graças a internet estou colocando as minhas lições em dia!!!!!
    sou do tempo da série the amazing spider man,,,aquele homen aranha cheio dos cartuchos e com cinto de utilidades,,,(lembra o cinto do batman) cara um clássico!!!!!confesso que eu não gostei da trilogia do spider dos cinemas!!!!estou ansioso para ver o filme atual e esperar que venha mais aventuras do aranha tanto no cinema como nos desenhos,,,,no video game também é bem vindo, jogo muito a versão do mega e atari!!!!!!mas aqui podemos aprender mais e mais sobre o velho e novo spider da vida!!!!!obrigado!!!

  3. […] um levantamento editorial e cronológico. Se você não leu as partes anteriores, siga os links da Parte 01 e da Parte […]

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